Vendas de máquinas agrícolas têm retração pelo segundo ano seguido

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A queda foi mais evidente no segmento de colheitadeiras

No ano passado, o desempenho acabou prejudicado pela redução da safra de grãos, pela queda de preços das commodities pelo segundo ano consecutivo e pela atratividade limitada das linhas de financiamento

O setor de máquinas agrícolas viveu uma forte expansão no início desta década, em compasso com os resultados históricos do agronegócio brasileiro, inclusive durante a pandemia. Foram três anos de crescimento consistente, com um pico de mais de 70 mil unidades vendidas em 2022, entre tratores de roda e colheitadeiras de grãos. No ano passado, o desempenho acabou prejudicado pela redução da safra de grãos, pela queda de preços das commodities pelo segundo ano consecutivo e pela atratividade limitada das linhas de financiamento. Com isso, as vendas de 48,9 mil unidades no atacado representaram recuo de quase 20% em relação a 2023. A queda foi mais evidente no segmento de colheitadeiras, e não tanto no dos tratores. Para este ano, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) não espera mudança no patamar de vendas. Para a entidade, só uma política consistente de Plano Safra pode fazer o setor ter uma recuperação ao longo deste ano.

Já as exportações de máquinas agrícolas tiveram queda de 31%, com envios de 6 mil unidades, e deverão crescer apenas 1% pelas projeções da Anfavea. O ponto de maior atenção no momento é para as importações. O crescimento acentuado dos importados transformou o superávit em déficit na balança comercial desde o ano passado, dobrando o déficit em 2024. Mais de 55% das máquinas importadas são oriundas da China e 26% da Índia. A participação da China na importação de máquinas nas Américas, por sinal, dobrou em 2024: de 20,7% para 43% em de construção e de 7,7% para 12,7% em agrícolas.

“Nos causa grande preocupação o aumento da participação das máquinas importadas nas compras públicas, com destaque para as empresas com menos de 20 empregados. Estamos levando ao poder público essa questão que prejudica o nível de emprego no Brasil, a competitividade das nossas empresas, a inovação e até o atendimento dos clientes, que no final do processo sofrem com falta de uma rede confiável para assistência técnica. O resumo é que todos no país saem perdendo”, avalia Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

 A queda foi mais evidente no segmento de colheitadeiras 

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